Amarildo

Amarildo

sábado, 21 de agosto de 2010

Segunda Ameaça

            O Globo, por Míriam Leitão

          O Brasil perderá esta eleição, independentemente de quem vença, se ficarem consagrados comportamentos desviantes assustadoramente presentes na política brasileira. Uso de um fundo de pensão para construir falsas acusações contra adversários, funcionários da Receita acessando dados protegidos por sigilo, centrais de dossiês montados por pessoas próximas ao presidente.
          A cada eleição, fatos estarrecedores têm sido aceitos como normais na paisagem política, e eles não são aceitáveis. Quando a Polícia Federal entrou no Hotel Ibis, em São Paulo, em 2006, e encontrou um grupo com a extravagante quantia de R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo tentando comprar um dossiê falso, havia duas notícias. Uma boa: a PF continuava trabalhando de forma independente. A ruim: pessoas da copa, cozinha, churrasqueira e campanha do presidente da República e do candidato a governador pelo PT em São Paulo estavam com dinheiro sem origem comprovada e se preparando para um ato condenável. A pior notícia veio depois: eles ficaram impunes.
          Nesta eleição, depoimentos e fatos mostram que estão virando parte da prática política, principalmente do PT, a construção de falsas acusações contra adversários, o trabalho de espionagem a partir da máquina pública, o uso político de locais que não pertencem aos partidos.
          As notícias têm se repetido com assustadora frequência. O verdadeiro perigo é que se consagre esse tipo de método da luta política. A democracia não é ameaçada apenas quando militares saem dos quartéis e editam atos institucionais. Ela corre o risco de “avacalhação”, para usar palavra recente do presidente Lula, quando pediu respeito às leis criminosas do Irã.
          Sobre o desrespeito às leis democráticas brasileiras, Lula não teme processo de “avacalhação”, pelo visto. A Receita Federal não presta as informações que tem o dever de prestar sobre os motivos que levaram seus funcionários a acessarem, sem qualquer justificativa funcional, os dados da declaração de imposto de renda do secretário-geral do PSDB, Eduardo Jorge. Nem mesmo explica como os dados foram vazados de lá. Se a Receita não divulgar o que foi que aconteceu, com transparência, ela faz dois desserviços: sonega ao país informações que têm o dever de prestar antes das eleições; mina a confiança que o país tem na instituição, porque sua direção está adiando, por cumplicidade eleitoral, a explicação sobre o que houve naquela repartição.
          Nas últimas duas semanas, a “Veja” trouxe entrevistas de pessoas diretamente ligadas ao governo e que trabalham em múltiplos porões de campanha. O que eles demonstram é que aquele grupo de aloprados do Ibis não foi um fato isolado. Virou prática, hábito, rotina no Partido dos Trabalhadores. Geraldo Xavier Santiago, ex-diretor da Previ, contou à revista que o fundo de pensão, uma instituição de poupança de direito privado cuja função é garantir a aposentadoria dos funcionários do Banco do Brasil, era usada para interesses partidários. Com objetivos e métodos escusos. Virou uma central de espionagem de adversários políticos. Agora, é o sindicalista Wagner Cinchetto que fala de uma central de produção de espionagem e disparos contra adversários; não apenas tucanos, mas qualquer um que subisse nas pesquisas.
          Esse submundo é um caso de polícia, mas há outros comportamentos de autoridades que passaram a ser considerados normais nas atuais eleições. E são distorções. Não é normal que todos os órgãos passem a funcionar como ecos do debate eleitoral, usando funcionários pagos com os salários de todos nós, estruturas mantidas pelos contribuintes. Todos os ministérios se mobilizam para consolidar as versões fantasiosas da candidata do governo ou atacar adversários, agindo como extensões do comitê de campanha. Isso é totalmente irregular. Na semana passada, até o Ministério da Fazenda fez isso. Um relatório que é divulgado de forma rotineira, virou palanque e peça de propaganda, com o ministro indo pessoalmente bater bumbo sobre gráficos manipulados para ampliar os feitos do atual governo e deprimir os do anterior. O que deveria ser técnico virou politiqueiro; o que deveria ser prestação de contas e análise de conjuntura virou peça de propaganda.
          Um governo não pode usar dessa forma a máquina pública para se perpetuar; órgãos públicos não são subsedes de comitês de campanha; fundos de pensão não são central de fabricação de acusações falsas; o governo não pode usar os acessos que tem a dados dos cidadãos para espionar. Isso mina, desqualifica e põe em perigo a democracia. Ela pressupõe a neutralidade da máquina mesmo em momentos de paixão política. Nenhuma democracia consolidada aceitaria o que acontece aqui. A Inglaterra acabou de passar por uma eleição cheia de paixões em que o governo trabalhista perdeu por pouco, mas não se viu lá nada do que aqui está sendo apresentado aos brasileiros com naturalidade, como parte da disputa política. Crime é crime. Luta política é um embate de propostas, estilos e visões. O perigoso é essa mistura. Como a História já cansou de demonstrar, democracia não significa apenas eleições periódicas. A manipulação da vontade do eleitor, o uso de meios ilícitos, o abuso do governante ameaçam a liberdade, tanto quanto um ato institucional.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Farinha do Mesmo Saco

          Diz um ditado popular que “de médico e louco todo mundo tem um pouco”. Esta sabedoria popular é muito antiga e precisa ser atualizada. Com a maior facilidade posso acrescentar várias vírgulas no tradicional ditado, e enfileirar uma série de conceitos novos. Vivemos em época de propaganda eleitoral. Todo mundo dá o seu pitaco sobre o assunto mais discutido na cidade: as próximas eleições para presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. E lá vêm as análises políticas! Passando pelos profissionais das ciências políticas, os tais marqueteiros, e pelo cidadão comum – todos com as suas opiniões bem abalizadas.
          Sou médico e admito a loucura como forma de vida até hoje incompreendida. Vou também me aventurar, a conversar sobre este assunto, embora a contra gosto, só pelo prazer de dar uma mexida nesse angu. Em primeiro lugar essas eleições não mudarão em nada a vida do brasileiro de segunda classe. Continuará “tudo como dantes no quartel de Abrantes”. Ouviremos nos próximos meses barbaridades de mentiras. Sairão pela boca dos candidatos verdadeiras pérolas de auto-estima.
          Agora, que legalmente está iniciando a propaganda, a gente escuta cada uma! Dia destes ouvi de um candidato, logo o menos preparado para a função, dizer que está muito bem preparado! Fiquei passado com a cara de pau. Pudor não existe mais para essa gente.
        “Todos são farinha do mesmo saco”, é a voz corrente entre o povo. Forte e contundente, mas expressa a sabedoria do povo, que muitos políticos pensam que estão enganando. E os políticos, nem aí: falam, falam e falam, mesmo sabendo que estão sendo demagógicos e hipócritas
          A morfologia do candidato é que é diferente. Ideologia? Simplesmente não existe. Todos, sem exceção, pulam mais de partido do que ladrão de galinha pula cercas. O comunismo no mundo acabou, porque virou o partido dos empresários! No Brasil foi criado pelos intelectuais o partido do trabalhador, comandado pelo símbolo do trabalhador brasileiro. Chegando ao poder virou o partido dos banqueiros e patrões. Ganhe quem ganhar as próximas eleições, e os nossos principais problemas como educação, ciência, tecnologia, inovações com transformações, saúde, segurança, infra-estrutura, continuarão do mesmo jeito, se não piorar.
          O cargo conquistado com o voto do eleitor privado de informações verdadeiras servirá para os poderosos trabalharem como lobistas dos seus próprios negócios. Até hoje funcionou assim, e não mudará de uma hora para outra. O Estado Brasileiro continuará loteado entre os partidos políticos, onde o mérito das escolhas dos ocupantes desses cargos não é considerado. Todos já estão preocupados em eleger deputados e senadores comprometidos, não com o eleitor que os elegeu, e sim com a formação de uma ampla e sólida base de sustentação para o governo aprovar por WO as suas mensagens. Isto sai muito caro financeiramente, assim como a verba publicitária para trabalhar a imagem do governante.
          Cuidado candidatos que se dizem preparados para o poder! O eleitor está preparado para votar, mesmo sendo todos os candidatos, farinha do mesmo saco com as raríssimas exceções, para confirmar a regra.

Gabriel Novis

 


terça-feira, 3 de agosto de 2010

Governador da Bahia diz que policial militar é semelhante a burro de carroça, tem que trabalhar na base da chicotada

          O Governador da Bahia, Jaques Wagner, que é candidato a reeeleição para o referido cargo, durante pronunciamento no Palácio de Ondina, disse que, os policiais militares, são semelhantes a burros de carroça, têm que trabalhar recebendo chicotadas, pois se assim não for, não comparecem ao local de trabalho, deixando a população insegura.
          Jaques Wagner disse ainda que, um soldado da Polícia Militar, quer trabalhar pouco e ganhar bem mais que um oficial. Mas ressaltou o governador baiano que, enquanto ele administrar o Estado da Bahia, não vai permitir tamanha falta de respeito para com o povo.
          “Burro de carroça, trabalha muito, e ganha quase nada, não tem direito de reclamar. Se um policial militar na Bahia, não ganha tão mal e não trabalha o suficiente, está reclamando de que e porque?. Perguntou o Governador da Bahia.
          Um PM na Bahia ganha bem no meu governo, pois antes não tinha bom salário. Já investir em novas viaturas e coletes a prova balistica. Eles querem mais o que?. Isso custa muito caro e a Bahia não está nadando em dinheiro